quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A Cena política pernambucana!!!!!!




 Por Fábio Emmanuel
Professor de História

            É notório que as últimas eleições para governador e presidente redesenharam o quadro político no Brasil e conseqüentemente em Pernambuco. A vitória consistente de Dilma associada à esmagadora vitória de Eduardo Campos para governador confirma o fortalecimento de uma frente de esquerda que vê uma grande oportunidade de garantir um projeto de desenvolvimento com distribuição de renda, mais que acima de tudo consolida a figura de Eduardo Campos como força nacional, principalmente após sua genitora ter sido eleita para presidente do Tribunal de Contas da União.
            Mais precisamente em Pernambuco Eduardo Campos construiu um quadro favorável desde sua vitória para governador na primeira eleição. Com este quadro consolidado em sua reeleição, conseguiu aglutinar em torno de seu projeto, vários partidos dentre eles PT, PC DO B, PTB e PDT. Com um quadro de quase monopólio e a oposição perdida, sem conseguir espaço, as dicotomias e desavenças na frente popular começaram a aparecer. A cisão política entre João Paulo e João da Costa, desde o início da gestão é uma clara evidência destes rompimentos, bem como as constantes divergências dos partidos aliados do PT nas sessões da câmara de vereadores do Recife e as reclamações públicas dos partidos aliados, querendo mais espaço. A frente popular tem pagado um alto preço na manutenção desta aliança na busca de consolidar a hegemonia política frente à oposição.
            Recentemente, João Paulo iniciou um processo de espaço político para consolidação de seu nome como alternativa para prefeitura do Recife. Abriu discussão no Pc do B, PSB, PDT, PTB e PV, para que seu almejo político fosse bancado incondicionalmente. Buscou – se então a tentativa de fazer com que João Paulo fosse demovido desta idéia e que também fosse convencido de não deixar o PT. Com o “dia do fico” estabelecido por João Paulo, todo este processo estagnou – se momentaneamente, mais hipóteses foram levantadas para esta mudança repentina, que teve haver com as fundamentais participações de Lula, Eduardo Campos e Dilma. Há quem diga que os motivos da permanência de João Paulo foi consolidado a partir de um compromisso de que o candidato a prefeito do Recife seria Humberto Costa e que ele seria vice de um candidato apoiado por Eduardo Campos a eleição de 2014 para governador ou até mesmo senador. De fato, o preço da unidade deve ter saído caro neste processo.
            Mais, como será o relacionamento da frente popular nas eleições municipais? A oposição tenta recuperar espaço, os partidos da frente popular tentam fortalecer – se frente à hegemonia de Eduardo Campos. Mais o que se dará de fato? O PT afirmou que colocará seus deputados para concorrer nas principais cidades de Pernambuco, onde em sua maioria são administradas por integrantes da Frente Popular, como é o caso de Olinda que é administrada pelo Pc do B. Lembrando que o PT ajudou a construir esta gestão. Temos mais recentemente o caso do PDT que através do diretório nacional, colocou Paulo Rubem como postulante a prefeitura do Recife. Estes quadros políticos ainda incertos na busca de uma hegemonia dentro da Frente Popular podem ser o “inicio do fim” desta aliança política. Existe clara e evidente uma necessidade de sobrevivência política frente a força construída por Eduardo Campos, inclusive na hora de negociar possíveis alianças ou postulações de nomes para cargos majoritários. Diante desta confusão a oposição liderada por Jarbas Vasconcelos, Raul Jungman, Mendonça Filho e Priscila Krause tentam de toda forma recuperar espaços políticos perdidos. Em jogo a sobrevivência da direita, a reordenação da Frente Popular, e com a chegada do PSD, este penderá como fiel da balança para Eduardo Campos. Desta forma, as próximas eleições municipais desencadearam uma nova perspectiva política e delinearam os espaços políticos para 2014, inclusive em nível nacional. Serão, assim, decisivas para o novo cenário da política pernambucana.

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