domingo, 24 de julho de 2011

Lula e FHC lançam sites com objetivos e visões diferentes !!!!

O mês de julho marca a entrada oficial na internet dos dois últimos presidentes do Brasil. No dia 15, Luiz Inácio Lula da Silva postou um vídeo de “boas vindas aos internautas” na página do Instituto da Cidadania. Cinco dias depois foi a vez de Fernando Henrique Cardoso lançar o “Observador Político”.

Em comum, os sites têm a força do nome dos dois ex-presidentes em sua divulgação. O Instituto da Cidadania já era o escritório de Lula antes de sua chegada ao Palácio do Planalto e, agora, será a sede do futuro Instituto Lula.


Já o “Observador Político” está abrigado no Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), que foi criado em maio de 2004. Porém, na parte de destinada a missão e princípios, o site diz ser “apartidário e politicamente independente”.

De resto, as iniciativas têm objetivos e visões bem diferentes. A página do Instituto da Cidadania dedica praticamente todo o seu espaço aos compromissos de Lula. Até o tema futebol, sempre exaltado nos discursos do ex-presidente, ganha destaque com fotos do petista com Ronaldo e integrantes da torcida corintiana Gaviões da Fiel.

O site “Observador Político”, embora tenha o vídeo de FHC na sua página principal, não traz informações sobre a agenda do tucano. O objetivo da página é debater diversos temas como democracia digital, meio ambiente, drogas, Congresso, etc.

O conteúdo dos vídeos mostra bem as diferenças. Do alto de sua popularidade recorde, Lula fala de forma ininterrupta durante quase 4 minutos – e brinca com isso –, lembra os feitos de seu governo e projeta os próximos passos. Já a fala de FHC, que é mais curta e dividida em trechos intercalados com infografias, foca a importância de a sociedade participar dos debates sobre temas públicos.

Lula

Em seu vídeo, Lula diz que ainda não “desencarnou totalmente” da Presidência seis meses após deixar o cargo. “Eu tenho viajado muito e as pessoas querem saber por que o Brasil deu certo e o que a presidenta Dilma vai fazer para que o Brasil dê mais certo ainda.”

Ele se autodenomina “um contador de casos de um governo bem sucedido.” Demonstrando sinceridade, Lula diz que “não sabe no que vai dar o novo espaço na internet, nem como vamos fazer” e aproveita para ironizar “os amigos da imprensa que continuam falando muito bem de mim, primeiro tentaram dizer que a presidenta Dilma era muito diferente de mim e depois passaram a dizer que ela era a mesma coisa, depois não era mais a mesma coisa, depois era fraca e depois era forte.”

Lula diz que a presidente Dilma, assim como ele e milhões de brasileiros, faz parte de um programa vitorioso. “É um projeto vencedor não apenas porque ganhou as eleições, mas porque tem o que fazer neste país até 2014, até 2018 e até dois mil e não sei quanto.”

O ex-presidente da República de 2003 a 2010 diz que “espera poder conversar com vocês daqui para frente neste pequeno espaço, trocar ideias e, quem sabe, fazermos alguns debates porque eu ainda tenho muitas coisas para fazer nesse país.”

Lula diz que o instituto dele pretende fomentar políticas sociais na África e na América Latina. “Você percebe que eu não mudei muito e continuo falando demais. Essa mesa aqui, se você prestar atenção, está na mesma sala que eu utilizada antes de ser presidente da República.(...) Eu espero contar com a colaboração de vocês. Vamos falar bem e falar mal dos outros. (...) Um abraço e deseje-me boa sorte.”

Da Redação, com informações da Exame.com

Brasil decide apoiar palestinos na ONU e irrita Israel!!!

O governo Dilma Rousseff já se decidiu: em setembro, quando a Autoridade Palestina pedir para se tornar o 194.º país-membro da ONU, terá o voto brasileiro. A garantia de apoio foi passada ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, por um mensageiro especial de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva, há menos de um mês. Lula prontificou-se ainda a pessoalmente ajudar Ramallah a conquistar votos de países em desenvolvimento.

Israel, do outro lado, tenta agora uma ofensiva para "contenção de danos". Dois integrantes do primeiro escalão do governo estão a caminho do Brasil. Um deles, Moshe Yaalon, vice do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, solicitou um encontro com Dilma - que deverá ser recusado pelo Planalto.

Os israelenses sabem que ao final não conseguirão reverter a decisão brasileira, mas querem evitar que Brasília "puxe votos" contra Israel.

"O objetivo do Brasil é ajudar a criar um fato político que empurre israelenses e palestinos para uma negociação direta. Do jeito que está, o conflito tende a se eternizar", explicou ao Estado o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. "A questão palestino-israelense é o foco de desestabilização do Oriente Médio", defendeu Garcia.

Em entrevista ao Estado de S. Paulo, o chanceler Antonio Patriota havia indicado que o Brasil "não terá dificuldades em votar a favor" do reconhecimento do Estado palestino pelas Nações Unidas.

Dilma discursará na sessão anual da Assembleia-Geral da ONU, quando virá à baila a questão. Ela será a primeira a subir à tribuna em Nova York, conforme a tradição que, desde 1947, reserva ao Brasil a abertura dos discursos de chefes de Estado, ministros e demais autoridades nacionais na plenária.

O reconhecimento dos palestinos pela ONU, porém, deverá passar ainda pelo Conselho de Segurança, onde provavelmente acabará vetado pelos EUA.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo

sexta-feira, 22 de julho de 2011

E O TAL “FAIR PLAY”!!!!!!!


Na última quarta – feira dia 20 de julho, estava eu debruçado em meus estudos, alternando com o jogo do Palmeiras e Flamengo, que já caminhava para seu final. Certo momento um lance em especial despertou minha atenção. Kléber, atacante do Palmeiras, não quis devolver a bola ao time do Flamengo para que fosse consolidado o dito “fair play”, já que o jogador do Flamengo havia se contundido e o jogo parado com a posse de bola para o Palmeiras. O jogador palmeirense não devolveu a posse de bola e partiu para cima da defesa flamenguista, o que de imediato desencadeou uma atitude violenta por parte do time do Flamengo. Todos bradavam cobrando o “fair  play” por parte de Kléber.
Todo este fato me deixou curioso, o que viria a ser “fair play”? Traduzindo ao pé da letra quer dizer “jogar limpo”. Mais jogar limpo dentro de campo teria uma conotação apenas de devolver a bola quando o jogo é parado para atendimento? Então pensei no mesmo momento que esta expressão que virou campanha da FIFA, ganhou outra conotação nos campos brasileiros. Fui então pesquisar no livro de regras do futebol da FIFA e constatei que não existem regras que obriguem a devolução da bola, apenas uma orientação da FIFA para que se tenha um certo “cavalheirismo” entre os clubes que se defrontam, e que mesmo assim não consta no livro de regras.
Desta forma comecei a raciocinar e tentar entender qual a função do “Fair Play” e vi numa entrevista do presidente da FIFA, Joseph Blatter, que era na verdade uma campanha que deveria ser contra qualquer tipo de violência dentro ou fora dos gramados, seria como utilizar o futebol para integração dos povos e o respeito entre as nações. Diante disto, fiquei mais confuso ainda, pois a atitude do jogador do Palmeiras em nada tem haver com o tal de “fair play” e, talvez, com uma certa atitude de cavalheiros.
Então percebi rapidamente, que o ato do jogador palmeirense soou mais arredio e violento do que as entradas faltosas, algumas verdadeiras agressões que aconteceram durante o jogo, e que também a reação dos jogadores do Flamengo que agrediram moralmente o atacante palmeirense seria normal e o pior, ainda foi nas entrevistas, saindo expressões do tipo: “É um moleque”; “Isto não é atitude de homem”, configurando que o “fair play” neste momento já tinha desaparecido, porque um jogador se recusou a devolver a bola, a qual não era obrigado a devolver.
O mais preocupante de tudo é que o dito “fair play”, tem sido utilizado em algumas situações no mínimo deselegantes. Um bom exemplo foi no jogo Venezuela e Brasil pela Copa América, quando Ganso atleta brasileiro deu continuidade a uma jogada, onde o jogador da Venezuela estava caído no campo de defesa do Brasil após perder a bola, tendo se levantado logo em seguida ao fim da jogada. Houve neste caso, mais uma reação violenta, inclusive do jogador que estava caído. Percebi então, que este cavalheirismo confundido com o “fair play”, estava sendo usado maliciosamente para impedir situações de gol dos adversários.
De certo, ainda penso que a FIFA, poderia esclarecer ou determinar de forma mais homogênea quais os limites deste “fair play”, o que realmente concerne, ou seja, o que é entendido como um jogo limpo, pois muito mais sujo são os atos racistas nos estádios, as jogadas violentas em campo, a autoridade abusiva das arbitragens e a violência entre as torcidas. Pois é, a pergunta que não quer calar: o que é o “fair play”, de verdade?

Fábio Emmanuel
Professor de História
Diretor de comunicação do SINPRO - PE

terça-feira, 19 de julho de 2011

Perícia confirma que Salvador Allende se suicidou!!!!!

19 de Julho de 2011 - 14h20

O Serviço Médico Legal confirmou nesta terça-feira (19) que o ex-presidente chileno Salvador Allende se suicidou durante o golpe de estado de Augusto Pinochet em 1973, informou a família depois de receber o relatório da perícia.

"A conclusão é a mesma que a família Allende tinha: o presidente Allende, no dia 11 de setembro de 1973, diante das circunstâncias extremas pelas quais passou, tomou a decisão de tirar sua vida antes de ser humilhado ou passar por qualquer outra situação", disse a filha do falecido mandatário, Isabel Allende.

Conforme explicou o diretor do Serviço Médico Legal, Patricio Bustos, o relatório "verificou a identidade do presidente por meios de odontologia forense e exames de DNA", e determinou a causa da morte "por ferimento de projétil" e "a forma corresponde a suicídio".

Isabel Allende garantiu que a família recebe a notícia "com grande tranquilidade", porque "este relatório confirma algo de que já tínhamos convicção, mas a novidade são os testes de todos os níveis, principalmente de balística", que confirmam a causa da morte do pai.

A justiça chilena abriu em janeiro uma investigação para determinar as causas da morte do presidente socialista, ocorrida durante o bombardeio aéreo e terrestre contra o palácio presidencial La Moneda no dia do golpe militar que instaurou a ditadura de Pinochet.

A investigação, que vai complementar outras diligências solicitadas pelo juiz, busca esclarecer se o ex-presidente cometeu suicídio - como afirma a versão oficial, aceita pela família Allende - ou se ele foi executado por militares durante o golpe liderado por Pinochet.

Fonte: AFP

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Disco de Chico Buarque narra crônicas em canções delicadas!!!!

14 de Julho de 2011 - 12h02

 
Disco de Chico Buarque narra crônicas em canções delicadas

Chico Buarque sorri acanhado na capa de seu novo disco. A foto em preto e branco, escrito apenas "Chico", sugere um modelo de recato e melancolia em seu novo trabalho, que chega às lojas no próximo dia 22 de julho. Mas quem abre o digipack, admira-se ao deparar-se com tantas cores.

Por Mariana Tramontina, em Uol

As letras das composições aparecem embutidas numa paleta de 20 tons que enfeitam o encarte sem qualquer imagem. E a simplicidade da arte e do título de seu novo trabalho também colorem as dez canções que compõem "Chico", seu primeiro disco de inéditas desde "Carioca" (2006) --e do romance "Leite Derramado" (2009).

O álbum --que sai pela Biscoito Fino numa estratégia de divulgação online exclusiva para compradores do álbum em esquema de pré-venda, por R$ 29,90 no site www.chicobastidores.com.br-- traz as poesias e crônicas do compositor, escritor e poeta de 67 anos em canções suaves e delicadas, que desfilam em gêneros diversos e pouco lembram a capa melancólica do álbum. Há, sim, variações que se prestam a um caráter reflexivo, mas não necessariamente taciturnas.

A já conhecida "Querido Diário", que desde 20 de junho circula pela internet, abre o álbum com os relatos de Chico sobre as pessoas que o cercam ("hoje topei com alguns conhecidos meus"), as disfunções sociais ("hoje a cidade acordou toda em contramão"), as aflições ("hoje pensei em ter religião"), as relações ("hoje afinal conheci o amor") e as pessoas que teme ("hoje o inimigo veio me espreitar"). "É um novo 'Cotidiano'", compara o próprio compositor com sua música de 1971.

A marchinha de vanguarda "Rubato" (roubado, em italiano), parceria com Jorge Helder e acompanhada por uma banda de coreto, vem na sequência descrevendo o roubo de uma composição de amor que é reciclada para homenagear diferentes amantes, numa alusão à especulação sobre identidade e autoria de seu romance "Budapeste" (2003). "Venha ouvir sem mais demora/ a nossa música/ que estou roubando de outro compositor", ele canta.

O blues "Essa Pequena" introduz a paixão de um homem por uma moça mais nova, emoldurado por piano, violões, baixo acústico e violino. "Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas/ o blues já valeu a pena", comemora na letra. Em "Tipo Um Baião", Chico brinca com o andamento da canção ao recitar uma desilusão amorosa, e compara: "Meu coração/ que você sem pensar/ ora brinca de inflar/ ora esmaga/ igual que nem/ fole de acordeão/ tipo assim num baião/ do Gonzaga".

A singela "Se Eu Soubesse", uma espécie de chanson française, traz Chico dividindo versos com a cantora curitibana Thais Gulin, de 30 anos, sua suposta nova namorada. "Ah, se eu pudesse não caía na tua/ conversa mole, outra vez/ não dava mole à tua pessoa", ele canta, até encontrar com a voz dela: "Mas acontece que eu sorri para ti/ e aí larari, lairiri, por aí". A parceria não é exatamente original: Chico já havia cedido a canção --até então inédita-- e sua participação para Thais lançar em seu segundo disco, "ôÔÔôôÔôÔ", que saiu em abril.

A faixa 6, "Sem Você 2", abre espaço para o andamento lasso jobiniano e a narração arrastada e triste de um amor que se foi. "Sem você/ é um silêncio tal/ que ouço uma nuvem/ a vagar no céu/ ou uma lágrima cair no chão/ mas não tem nada, não", diz Chico, aqui sim tomado pelo desalento, na música com menos de três minutos de duração.

A tristeza é interrompida pelo samba de gafieira "Sou Eu", canção que Chico escreveu com Ivan Lins e deu a Diogo Nogueira para o disco do novato "Tô Fazendo a Minha Parte" (2009), e que agora ganha a voz do compositor. Aqui, Chico convida Wilson Neves para se gabar de que "sou eu/ só quem sabe dela sou eu/ quem joga o baralho sou eu/ quem brinca na área sou eu".

"Nina", a valsa que ocupa a faixa 8 do álbum, fala de uma figura onírica na distante Moscou que incita o autor a viajar até a capital russa --ou ao menos a espiar a cidade em mapa virtual. "Nina diz que se quiser eu posso ver na tela/ a cidade, o bairro, a chaminé da casa dela", ele canta, levado por um percurso de acordeão, arrematado por um acorde dramático de piano.

As confusões de memória do narrador de "Leite Derramado" recaem na graciosa "Barafunda". "Era Aurora/ Não, era Aurélia/ ou era Ariela/ não me lembro agora/ é a saia amarela daquele verão/ que roda até hoje na recordação", ele canta, lembrando que é carioca ("Foi na Penha/ não, foi na Glória"), evocando futebol ("Era Zizinho, era Pelé") e terminando na companhia de "É Garrincha, é Cartola e é Mandela".

A canção mais longa do disco, "Sinhá", de quatro minutos, encerra o pouco mais de meia-hora de duração de "Chico" ao lado de João Bosco, num clima tão lírico quanto soturno da herança da escravidão permeado apenas por percussões e violões. "E assim vai se encerrar/ o conto de um cantor/ com voz do pelourinho/ e ares de senhor", despede-se Chico em preto e branco.





FONTE: SITE VERMELHO

Altamiro Borges: Ivete Sangalo virou vidraça!!!

4 de Julho de 2011 - 12h10

Em julho de 2007, a cantora Ivete Sangalo virou uma das estrelas do “movimento cívico pelo direito dos brasileiros”, mais conhecido pelo slogan Cansei. Aproveitando-se oportunisticamente da tragédia da TAM, direitistas convictos e ricaços famosos, tendo à frente João Dória Jr., tomaram a iniciativa para “condenar a desordem do governo federal”.

Por Altamiro Borges

No ato de lançamento em São Paulo, a principal palavra de ordem foi o “Fora Lula”. O presidente foi apontado como culpado pelo acidente e por todos os males do país – em especial, pela corrupção. Líderes da oposição demo-tucana, mais sujos do que pau de galinheiro, apoiaram o movimento. Ivete Sangalo, Hebe Camargo, Regina Duarte e Ana Maria Braga tiveram as suas imagens estampadas em cartazes e folhetos para atrair populares ao protesto.

Os “cansados” não aguentaram o tranco por muito tempo. O movimento, logo identificado como uma iniciativa da direita hidrófoba e golpista, sucumbiu em pouco tempo. Segundo documentos vazados pelo Wikileaks, ele foi motivo de gozação até nas reuniões conspiratórias da embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Algumas de suas estrelas, inclusive Ivete Sangalo, teriam se arrependido de participar daquela maquinação.

Investigação na Receita Federal

Mas o mundo é cruel. Agora é própria mídia demo-tucana, que alavancou o movimento, que levanta suspeita sobre os milionários negócios da famosa cantora. Reportagem da Folha da semana passada informa que o cunhado de Ivete Sangalo, que também é seu sócio, está sendo investigado pela Receita Federal. Luis Paulo de Souza Nunes controla as empresas Caco de Telha, que negocia os shows, e a Banda do Bem - Produções Artísticas Ltda.

Segundo o repórter Graciliano Rocha, o negócio é “suspeito de sonegação fiscal e de não pagar tributos trabalhistas aos músicos que se apresentam com a artista baiana. Alvo de investigação da Receita Federal desde fevereiro deste ano, a Banda do Bem apresenta em seu registro de sócios apenas um grupo de 13 músicos – todos tocam ou tocavam com Ivete. No registro da empresa, Nunes, que também é sócio da família Sangalo em três outras empresas, aparece como seu administrador”.

Processo fiscal e trabalhista

As investigações tiveram início a partir de um processo fiscal e trabalhista movido pelo músico Antônio da Silva, o Toinho Batera. “Ele cobra indenização de R$ 5 milhões e acusa Ivete de usar a Banda do Bem como ‘fachada’ para não pagar encargos trabalhistas dos músicos, que aparecem como sócios da organização”. Nunes, que é casado com Mônica, irmã da cantora, tem vários negócios com família Sangalo. Em setembro de 2006, ele passou a integrar o quadro societário da empresa Mago Comunicação, agência de publicidade que integra a holding de Ivete.

Um dos chefões desta empresa é o empresário Jesus Sangalo, um dos principais organizadores do movimento Cansei, que teria sido responsável por envolver a irmã naquela furada. De pedra, Ivete Sangalo agora virou vidraça. A sorte dela é que a TV Globo não dará qualquer destaque para o tema.

FONTE: SITE VERMELHO!!!

sábado, 9 de julho de 2011

Emir Sader: Os eixos da política externa brasileira!!!

9 DE JULHO DE 2011 - 8H33


A nova política externa brasileira começou com a inviabilização da Alca e o privilégio dos processos de integração regional, que deu início a um movimento de reinserção internacional do Brasil. No novo desenho do mundo depois do fim da bipolaridade da guerra fria, a América Latina tornou-se uma vítima particular do globalização, em que se uniram os países do centro do capitalismo, concentrando ainda mais o poder e a riqueza no mundo.


Por Emir Sader

As crises financeiras e a ação do FMI e do Banco Mundial serviram para quebrar o ciclo expansivo que os países do continente tinham tido desde a década de 30 até o término da década de 70 do século passado. O endividamento foi instrumento da consolidação da submissão e do bloqueio das possibilidades de continuidade do desenvolvimento econômico e, principalmente, de políticas redistributivas.O espaço conquistado para os processos de integração regional passou a ser uma condição indispensável para a implantação de um modelo econômico-social que retomou a expansão econômica estreitamente vinculada à expansão do mercado interno de consumo popular. Se rearticulavam assim as políticas externa e interna, a política internacional e o modelo econômico-social – formula fundamental dos governos pós-neoliberais latino-americanos.Além das consequências no plano interno, que passaram a mudar positivamente a fisionomia do continente, a nova inserção internacional se desdobrou na prioridade de aliança com o Sul do mundo – com países da Ásia e da África. No conjunto, esses dois movimentos de reorientação das prioridades brasileiras trouxeram no seu bojo outra novidade importante: a contribuição à construção de um mundo multipolar.A vitória do bloco ocidental na guerra fria propiciou o mundo voltar à hegemonia de uma única potência, a um mundo unipolar, sob hegemonia da maior potência imperial da historia – os EUA. As duas décadas transcorridas desde então viram um mundo de guerra e não de paz. As maiores violações dos direitos humanos foram produzidos pela hegemonia imperial norteamericana: no Iraque, no Afeganistão, em Guantanamo. Diante das situações de conflito, os EUA buscaram resolvê-las através da militarização do conflito.A política externa brasileira foi ganhando uma configuração mais clara, que assumiu, tacitamente, que o objetivo central da democratização das relações internacionais é a criação de um mundo multipolar, superando a unipolaridade dirigida pelos EUA atualmente vigente. Para isso, é indispensável buscar soluções políticas, pacíficas, de negociações, em que todas as partes envolvidas sejam ouvidas e atendidas. Que se supere o marco atual, em que os EUA são o principal agente dos conflitos – mediante sua militarização – e, ao mesmo tempo, pretendem agir como intermediários para a paz – de que o caso da Palestina é paradigmático.Foi essa orientação que permitiu a projeção internacional da política exterior brasileira, mais além das nossas fronteiras e mesmo da América Latina. Aqui, buscamos protagonizar soluções políticas aos conflitos e construir espaços nossos nessa direção – como a Unasul e o Conselho Sulamericano de Defesa -, em que, pela primeira vez, a região constrói um espaço de discussão e soluções dos seus conflitos sem a presença dos EUA – marcante na OEA. Vários conflitos – como aqueles entre a Colômbia, o Equador e a Venezuela, os conflitos internos à Bolívia, entre eles – encontraram seu formato adequado para soluções vitoriosas e consensuais.Gestos como o de Lula dormindo na Palestina, além de reconhecer oficialmente o Estado palestino, foram seguidos pelo mesmo reconhecimento por parte de grande quantidade de governos, preparando as condições para que a Assembleia Geral da ONU reconheça a Palestina como um membro pleno e a Palestina assuma a formalização do seu Estado.As tentativas de negociação do Brasil, junto com a Turquia, para buscar uma solução negociada para os conflitos entre os EUA e o Irã, revelaram como esses caminhos são possíveis, que a entrada nas negociações dos conflitos internacionais de outros governos é fundamental para desbloquear as situações que parecem estar em círculos viciosos.Não por acaso Lula passou a ser considerado o estadista mais importante no mundo contemporâneo e Celso Amorim foi considerado o melhor Ministro de Relações Internacionais do mundo.A definição dos direitos humanos como centro da nossa política internacional tem sua lógica, articula prioridades internas com as externas, se soma a um amplo movimento mundial a favor dos direitos humanos. Porém, coloca alguns problemas que precisam ser tematizados.No discurso, a posição intransigente dos direitos humanos, não importando o país que afete esses direitos, é equilibrada. Porém, ela não se insere em um mundo vazio, mas o faz em um mundo já constituído, com relações de poder definidas, extremamente assimétricas. A decisão de enviar um relator sobre a situação dos direitos humanos no Irã, por exemplo, - que foi apoiada pelo Brasil -, não encontra correspondência em uma decisão similar em relação, entre outros casos gravíssimos de violação dos direitos humanos, como Guantánamo e a Palestina.Dessa forma, a definição dos direitos humanos como centro da nossa política externa ou é acompanhada de iniciativas em relação a casos como os mencionados e outros, ou se torna unilateral, caindo nos dois pesos e duas medidas, que tanto tem marcado a política internacional, especialmente quando se trata de casos que envolvem os EUA.

Fonte: Carta Maior

Alípio Freire: Abrir arquivos é rever história oficial da elite!!!

9 DE JULHO DE 2011 - 10H20


O tema da abertura dos arquivos oficiais voltou à tona no fim de junho, quando foi anunciado que o governo teria dado sinalizações de recuo em relação ao tema. Apesar de afirmar a possibilidade de "sigilo" em relação a alguns documentos, os referentes à soberania nacional e questões de fronteira, a postura do governo preocupou muitos familiares de desaparecidos e entidades de defesa dos direitos humanos que temem manter o silêncio em relação ao período da ditadura civil-militar.

Para falar sobre o assunto, o BoletimNPC entrevistou, por e-mail, o jornalista e ex-preso político Alípio Freire, militante da Ala Vermelha. Nessa entrevista, ele reafirma a importância da abertura dos arquivos como enfrentamento à História Oficial construída pelas elites em função de seus interesses. Ele ainda apresenta dados da violência cometida durante o período da ditadura militar, e fala das conseqüências, hoje, da impunidade aos crimes cometidos pelos agentes do Estado. Por fim, defende a criação de uma Comissão Nacional da Verdade e a organização dos familiares de desaparecidos e entidades autônomas para pressionar o Governo em relação à consolidação da justiça. Confira a entrevista. NPC: Para começar, qual seria, na sua opinião, a importância da abertura dos arquivos da ditadura?Alípio Freire: No atacado, eu diria que é fundamental e indispensável que a classe trabalhadora e o povo, ou seja, os explorados e oprimidos, conheçam a realidade e a História do país onde vivem, e do qual são responsáveis pela produção de todas as riquezas, bem como por sua circulação. Nos arquivos está toda a documentação de como a classe trabalhadora, suas organizações, seus representantes e os que falaram em seu nome foram vistos, controlados, perseguidos e/ou cooptados pelas classes dominantes. Os arquivos são informações organizadas, e todos sabemos que informação organizada é poder. Portanto, nós, que entendemos que a democracia que reivindicamos significa igualdade, mais até do que liberdade, não podemos abrir mão do direito (igualitário) de conhecer essas coleções de conhecimento organizadas pelas classes dominantes e seus aliados, as quais nos dizem respeito diretamente. Quero deixar claro que, quando insisto na questão da igualdade, é porque entendo que toda liberdade que não venha acompanhada de igualdade será sempre a liberdade do mais forte de dominar, explorar e oprimir o mais fraco. Isto aprendi com os que vieram antes de mim... Os arquivos são, portanto, importante fonte, ainda que não única, para as diversas versões e imagens que se possa fazer da nossa história. Não abrir os arquivos significa deixar a sociedade sempre à mercê de uma História Oficial construída pelas elites, em função de seus interesses, de sua perpetuação em termos de poder econômico, político e ideológico.NPC: E o que você diria sobre os objetivos do golpe de 1964?Alípio Freire: Temos, antes de tudo, de entender que o golpe, e o regime de terror e super-exploração dos trabalhadores e do povo que implantou, significou uma ruptura institucional e uma fratura histórica desencadeadas pelo grande capital nacional e internacional e seus aliados, contra um programa de reformas de interesse popular. Estas eram as chamadas Reformas de Base, que unificavam, naquele momento, um conjunto de projetos em torno de um desenvolvimento nacional independente, e fundado na distribuição de renda. Os golpistas, ao contrário, representavam projetos de desenvolvimento fundados na concentração de rendas, subordinados aos interesses do grande capital internacional e à política dos Estados Unidos. O ponto número um desse segundo programa era a derrubada do Governo do presidente João Goulart – o Jango. Uma pesquisa feita pelo Ibope em março de 1964, às vésperas do golpe, mostrou que a maioria esmagadora dos brasileiros apoiava as reformas que o presidente Jango propunha, e votariam pela reeleição do presidente, caso isto fosse possível. Reverter esse quadro, portanto, exigia não apenas dar o golpe, como também implantar um regime fundado na violência.Ou seja, a violência não foi algo acidental ou que em alguns momentos foi praticada nos “porões do regime”, fugindo ao controle dos militares e civis que dirigiam o País. Era parte constitutiva e inseparável do programa dos golpistas. O que vimos depois foi que, tendo como objetivo um avanço na concentração de riquezas, na ampliação dos seus lucros e poder, o Estado, controlado pelo grande capital e seus aliados, utilizará impunemente todos os meios de repressão e violência contra a classe trabalhadora, o povo, seus representantes, os que falavam e agiam em nome dos interesses do conjunto, seus movimentos e organizações.NPC: Qual a dimensão que assumiu essa violência cometida contra a população?Alípio Freire: De acordo com a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça (dados do início de 2010), durante a ditadura do pós-64, 30 mil pessoas foram torturadas, e 308 mil investigadas. Além disto, milhares de opositores tiveram de viver na clandestinidade, e outros acabaram por se exilar, para não cair nas malhas da repressão. Dentre tantos crimes, os mais graves: por volta de 500 cidadãos foram assassinados, dos quais cerca de 150 são considerados “desaparecidos”. Ou seja, seus cadáveres foram ocultados. De qualquer ponto de vista que se proponha a consolidar a democracia em nosso país, é urgente e indispensável a apuração dos crimes que acabei de elencar, crimes atentatórios contra os direitos humanos e, portanto, imprescritíveis. É preciso identificar seus responsáveis diretos e indiretos e submete-los a um processo legal, público e com o mais amplo direito de defesa. Após comprovadas as responsabilidades, puni-los, nos termos da lei. Peguemos um exemplo que considero o mais grave por conter e envolver todos os demais crimes: o caso dos “desaparecimentos forçados”, ou seja, dos assassinatos seguidos de ocultação de cadáveres. Nestes casos, somam-se cinco crimes contra os direitos humanos: sequestro; manutenção em cárcere clandestino; torturas; assassinato e ocultação de cadáveres. Vejamos:Durante a ditadura, seus opositores não eram jamais detidos ou presos por ordem judicial, o que configura, portanto, um sequestro. Em seguida, eram levados para dependências de instituições do Estado, como quartéis e delegacias, ou para casas, sítios e campos de concentração, como aconteceu no caso da Guerrilha do Araguaia. Essas casas e sítios eram locais mantidos com verbas públicas, ou provenientes de doações de grandes empresários. Nesses espaços, os opositores permaneciam encarcerados por tempo indeterminado, escondidos das suas famílias, advogados e amigos, e sob constantes interrogatórios – ou seja, em cárceres clandestinos. Os interrogatórios eram sempre feitos sob torturas, durante as quais cerca de 500 homens e mulheres foram assassinados. Destes, cerca de uma centena e meia foi dada como “desaparecidos”: tiveram seus cadáveres ocultados.Estamos em 2011, e esses crimes de “desaparecimento forçado” foram cometidos entre 47 e 31 anos atrás. Desde então, os familiares dos “desaparecidos” buscam seus restos mortais, para que possam consumar suas despedidas e luto, velar e lhes garantir sepultura digna. Ao longo de tantos anos, muitos já morreram sem conseguir sequer consumar o luto por seu parente. Acredito que, com esse exemplo que acabo de descrever, esteja mais que destacada a urgência da abertura dos arquivos da ditadura. Mais ainda: fica clara a importância de insistirmos na questão dos “desaparecidos”. Esse fio, se for desembaraçado e puxado, nos possibilitará desvendar todos os crimes contra os direitos humanos a que nos referimos anteriormente. Há ainda outros crimes que somente agora começam a ser descobertos como, por exemplo, a existência de filhos de militantes “desaparecidos” no Araguaia, dos quais não se tinha notícia.NPC: Quais são as consequências dessa impunidade para a sociedade atual?Alípio Freire: É exatamente a impunidade dos criminosos de ontem que estimula, naturaliza, banaliza e torna impunes os crimes, chacinas e massacres do presente. Hoje esses mesmos crimes são cometidos contra a população de baixa renda das periferias das cidades; contra os trabalhadores rurais e camponeses pobres; estão presentes nas torturas e assassinatos nas sombrias salas de “interrogatório” das delegacias e outros órgãos públicos do presente. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, entre 1999 e 2008 foram assassinadas 365 pessoas no campo. A quase totalidade desses crimes permanece impune. De acordo com a Ouvidoria de Polícia, no primeiro trimestre deste ano (2011), em São Paulo, a média diária de assassinatos de cidadãos por agentes da Polícia Militar (PMs) foi de 0,96. Quase todos impunes. Nas periferias da cidade de São Paulo e da Baixada Santista, em maio de 2006, Policiais Militares trucidaram cerca de 600 pessoas. A maioria era de jovens negros, sem qualquer passagem anterior pela polícia, ou mandado de captura. Mesmo que fossem “bandidos”, o procedimento seria igualmente intolerável. São os chamados Crimes de Maio – que permanecem até hoje impunes. A impunidade do ontem é a farsa do hoje. A impunidade do ontem é o cinismo do hoje. E em que irão se traduzir, no futuro, tanta farsa e tanto cinismo?NPC: Sabemos que a proposta de abertura dos arquivos da ditadura vem incomodando certos setores e personalidades públicas. Por que será que se sentem tão ameaçados?Alípio Freire: Assim como os perseguidos, os presos políticos, os torturados e os familiares de mortos e desaparecidos continuam vivos, o mesmo acontece com aqueles que dirigiram o país naqueles anos e que são responsáveis não apenas por todos os crimes contra os direitos humanos, como pela grande corrupção daquele tempo. É do período do “milagre brasileiro” o surgimento de novas fortunas – entre civis e militares. Basta atentarmos para as novas oligarquias que emergiram no Nordeste naqueles anos. Alguns dos exemplos mais notórios são o senador, ex-presidente e beletrista José Sarney – no Maranhão, e o falecido senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães – na Bahia. Entre os militares, os assaltos aos cofres públicos não foram menores. Por exemplo, o coronel Mário Andreazza é também um caso (ainda que não o único) a não ser esquecido. Ele foi ministro dos Transportes e do Interior de vários dos governos da ditadura, responsável, dentre outras coisas, pela construção da ponte Rio-Niterói e das obras da Transamazônica. Além disto, durante aqueles anos, muitos militares de alta patente foram diretores de diversas empresas multinacionais que atuavam em nosso país - a maioria das quais continua a atuar. Lembro ainda o escandaloso envolvimento de uma primeira-dama brasileira, num grande contrabando de pérolas do Japão, quando da inauguração da primeira linha aérea comercial Rio de Janeiro-Tóquio, em 1968. Ora, se já podemos encontrar hoje tudo isto em arquivos de universidades, em coleções da imprensa popular, socialista ou de resistência, imaginem o que não poderemos descobrir nos arquivos da ditadura? Isto, para não falarmos dos esquadrões da morte, o seu papel na profissionalização e monopolização do crime e sua íntima relação e promiscuidade com o Estado, os governos e o grande capital. Como aconteceu na Alemanha de Adolph Hitler e na Itália de Mussolini, é próprio desses regimes esse entrelaçamento simbiótico entre as máfias, a direita, o Estado, os governos e o poder econômico. Todos sabemos que o empresário Henning Albert Boilesen contribuía financeiramente para a criação e manutenção dos aparelhos para-legais de repressão. Além disso, ele participava nas sessões de torturas, lado a lado com militares, delegados, policiais, membros de esquadrões da morte, do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Seu caso é o mais lembrado apenas pelo fato de ter sido executado, ou melhor, justiçado por um comando formado por duas organizações revolucionárias clandestinas: o Movimento Revolucionário Tiradentes – MRT, e a Ação Libertadora Nacional – ALN. Ou seja, é toda essa imensa teia de relações criminosas que os arquivos podem nos revelar ou, pelo menos, fornecer importantes pistas. É por essas e outras que figuras de “ilibada reputação” – como gostam de afirmar a respeito de si próprios –, como o atual vice-presidente Michel Temer; o ex-presidente cassado e hoje senador Fernando Collor de Mello; e o também ex-presidente, beletrista e hoje senador José Sarney, além de outros, tanto temem a abertura dos arquivos.NPC: Você acha que as propostas de alteração do governo ameaçam a história do país, mesmo a presidenta Dilma tendo informado que estariam em sigilo "apenas" documentos que ameacem a soberania, a integridade do território e as relações internacionais?Alípio Freire: Considero mais que legítima a preocupação da presidenta em preservar a soberania nacional e a integridade do nosso território. Trata-se de um dever legal seu, um dever constitucional ao qual deverá sempre se subordinar, na qualidade de chefa de Estado, ainda que eu não desconsidere a possibilidade (bastante provável) de que os “serviços de inteligência” das grandes potências – especialmente dos EUA – tenham cópias de toda, ou pelo menos da parte que lhes interessa dessa documentação. Além disto, as elites brasileiras devem saber exatamente do que se trata, já que foram elas que produziram. 
Ou seja, apenas nós, os trabalhadores e o povo, seremos mantidos sempre na mais santa ignorância, manipulados por versões oficialistas da nossa História, onde os diversos golpes perpetrados pelo capital assumem versões heróicas. É assim, por exemplo, que a atabalhoada fuga da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, nos é servida como “Transmigração da família real”; a entrega do comércio do Brasil Colônia à Inglaterra se traveste de “abertura dos portos às nações amigas”; a quartelada de 15 de novembro de 1889 nos chega sob a pomposa rubrica de “Proclamação da República”; e por aí vai, até chegarmos à “Revolução Redentora” de 1964.
Já no que diz respeito à questão de “possíveis ameaças às relações internacionais”, estamos no terreno não mais fundamentalmente da chefa de Estado, mas da chefa de Governo, da sua estratégia e projeto político geral para o país e, especificamente, da sua política de relações internacionais. Como tal, trata-se, portanto, de matéria sempre discutível e passível de disputa. E para tornar ainda mais complexo o assunto, a grande mídia comercial atribui ainda à presidenta Dilma Rousseff declaração de que nada que diga respeito a violações dos direitos humanos poderá ficar sob sigilo.Daí, então, algumas perguntas me vêm à cabeça. A Operação Condor; as “ciências” das torturas repassadas para o Brasil por agências de diversos países (pelo menos, EUA, França e Israel), e repassadas pela ditadura brasileira para outras ditaduras do nosso Continente; a presença da Marinha de Guerra Estadunidense em nosso litoral para, “em caso de necessidade”, dar cobertura aos golpistas do 31 de março; a participação direta do embaixador e do Governo dos EUA no golpe de 64; o envio de tropas brasileiras para invasão da República Dominicana (1965)... Essas e outras coisas, como serão classificadas e entendidas?NPC: Apesar de afirmar o contrário, esta posição não abriria possibilidades de ainda se manter silêncio em relação a casos da ditadura?Alípio Freire: Neste momento, sobretudo quando há um vai e vem do Executivo sobre esta matéria, o mais importante é entendermos que as organizações de defesa dos direitos humanos são (ou pelo menos deveriam ser), antes de tudo, forças independentes e autônomas, que se mobilizam em torno de programas e objetivos próprios. A eles se somam os movimentos pela defesa da memória política do país; os familiares de mortos e desaparecidos; as entidades de perseguidos e presos políticos etc. Todos esses grupos devem buscar se unificar em torno de uma plataforma comum, disputar junto à sociedade, acumular força e pressionar o Executivo e demais poderes da República para atenderem suas propostas. Sinto-me na obrigação de registrar que considero a presidenta Dilma Rousseff uma importante aliada nessa luta. Necessitamos perceber isto, para não metermos os pés pelas mãos em busca de soluções imediatistas. Isto não significa, de modo algum, nos atrelarmos às suas decisões, mas manter a autonomia e independência dos movimentos e entidades empenhados nessa disputa, para sabermos que passo dar a cada recuo ou avanço do Planalto. Além, é claro, da nossa capacidade de construir uma força (de pressão) que possa fazer frente às permanentes investidas da direita e da ultradireita. Meu entendimento se funda não apenas no passado da presidenta nos anos de ditadura, ou em suas declarações a respeito do papel e peso que os direitos humanos terão durante seu Governo. Funda-se, sobretudo, no importante e cuidadoso trabalho que desenvolveu acerca da unificação e organização dos arquivos, quando esteve à frente da Casa Civil – o projeto “Memórias Reveladas”.NPC: Qual a importância, então, de criação de uma Comissão da Verdade no Brasil? Alípio Freire: Toda. Sua missão é recuperar a objetividade factual do período sobre o qual se debruçará. Para cumpri-la, é indispensável que todos os arquivos referentes à matéria que investigará necessitam estar totalmente abertos e acessíveis. Do meu ponto de vista, para que seja de fato “da Verdade”, a Comissão tem de recuperar seu caráter original definido no 3º Programa Nacional dos Direitos Humanos, golpeado no final de 2009 pelo então e atual ministro da Defesa, doutor Nelson Jobim. Ou seja, deve retomar seu caráter de Comissão da Verdade, da Memória e da Justiça. Neste sentido, muita gente tem se mobilizado, propondo emendas e outros dispositivos relativos às suas atribuições, e percebo que essa discussão tem avançado bastante em todo o Brasil. Do que eu conheço, o que há de mais avançado nesse sentido é o trabalho desenvolvido pelo Coletivo de Mulheres (de São Paulo) cuja proposta pode ser acessada, em forma de petição pública, através de http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N10720 . Para encerrar essa entrevista, sugiro que o documento do Coletivo de Mulheres seja acessado, lido e, havendo concordância, que seja assinado e divulgado amplamente.
Fonte: Núcleo Piratininga de Comunicação

quinta-feira, 7 de julho de 2011

AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL – MAIS GARANTIA E ESTABILIDADE DE EMPREGO!!!

O Superior Tribunal do Trabalho vem analisando algumas alterações no Direito Trabalhista, que já são garantidas na Constituição Federal do Brasil e que precisam ser regulamentadas, como o AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL. Esta tarefa seria do órgão legislativo, mais como ocorreu omissão nesta resolução, o STF resolveu regulamentar a partir de um pedido de funcionários da Vale, que foram demitidos e que recorreram ao STF, para que estes analisa – sem a validade do Aviso Prévio Proporcional.
            De certo, sabemos que de acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo sétimo, inciso XXI, o trabalhador tem direito a um aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias. E que a Consolidação das Leis de Trabalho – CLT, em seu artigo 487 fala que não havendo prazo estipulado, a parte que sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com antecedência mínima de 30 dias e em seu inciso I, afirma que a falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. A partir disto o STF decidiu elaborar critérios que regulamentem o aviso prévio proporcional. O entendimento quanto a estes critérios foi deixado para o segundo semestre de 2011, mais algumas opiniões foram externadas como a do Ministro do STF Marcos Aurélio, que defende 10 dias de aviso prévio gozados ou indenizados por ano trabalhado, respeitando o piso de 30 dias; já o Ministro César Peluso, propôs 5 dias de aviso prévio para cada ano de empresa, sempre respeitando o piso; Luiz Fux sugeriu examinar a posição da OIT. Para conseguirmos entender os efeitos desta proposta, necessitamos definir o que é aviso prévio proporcional e qual sua real função.  Segundo alguns autores e entendedores do assunto o aviso prévio, ganha uma faceta de quebrar com a equidade nesta relação de trabalho, passando a garantir, como direito e segurança para o trabalhador que venha a ser demitido. Já outros autores acreditam que exista a necessidade de igualdade nesta relação de trabalho. No caso de Mozart Victor Russomano, jurista e professor universitário de Direito do Trabalho e Seguridade Social da Universidade Federal de Pelotas e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entende que o aviso prévio é “a notificação antecipada devida a parte contrária por quem rescindir o contrato individual de trabalho”; Segundo Maurício Godinho Delgado, Ministro do Tribunal Superior do Trabalho – TST desde 2007, “o aviso prévio é um instituto de natureza multidimensional, que cumpre as funções de declarar à parte contratual adversa a vontade unilateral de um dos sujeitos contratuais no sentido de romper, sem justa causa, o pacto, fixando ainda, prazo tipificado para a respectiva extinção, com o correspondente pagamento do período de aviso”; Para a Desembargadora Alice Monteiro de Barros, “o aviso prévio é um instituto jurídico bilateral”. Para tornar mais claro este entendimento, quando o movimento de solicitação de demissão é feito pelo trabalhador, este torna – se um exercício extemporâneo de liberdade de trabalho, claro que respeitando – se os prazos de leis. E quando a demissão parte do patronato, o aviso prévio torna – se peça fundamental para defesa do trabalhador, limitando assim o poder do patrão, que tem de comunicar com antecedência mínima a demissão do trabalhador sob pena de indenização. Portanto, a finalidade do aviso prévio é garantir os direitos do trabalhador quando este for demitido sem justa causa.
            É notório que houve avanços no entendimento do aviso prévio ao longo da história da humanidade. Durante o período feudal na Idade Média, as relações de trabalhos eram as piores possíveis. O modelo era de servidão onde o trabalhador era preso a terra e deveria pagar impostos pelo uso desta para sua sobrevivência ao senhor feudal, que era dono da terra e que em sua maioria também eram clérigos ou nobres.  Alguns dos impostos cobrados eram: Corveia, trabalho compulsório no manso senhorial por alguns dias na semana; Talha, parte da produção do servo era entregue aos senhores feudais como forma de pagamento pelo uso da terra; Banalidade, pagamento pelo uso de ferramentas como o moinho e forno; e o Censo, tributo pago em dinheiro à nobreza. Já no período Moderno e Contemporâneo de nossa história as relações de trabalho a partir do renascimento econômico e das corporações de ofícios seguiram a premissa do servo preso a terra do senhor feudal. Claro que esta relação de servidão já não interessava, pois a economia precisava circular. Em função disto as relações de trabalho continuaram bastante precárias com longas jornadas de trabalhos, serviços totalmente insalubres e remunerações baixíssimas. Na Inglaterra, berço da Revolução Industrial, no século XIX, chegou a estabelecer detenção ao trabalhador que viesse a romper o contrato de trabalho ou coloca – se sua vida ou dá empresa em risco; Na Rússia de 1836 o trabalhador pegaria trinta dias de detenção, enquanto que na Hungria pegaria 60 dias de prisão, isto no ano de 1898. Estas relações precárias de trabalho no mundo passaram a ser contestadas a partir de dois movimentos: o primeiro surgiu com o Papa Leão XIII, através da Encíclica Rerum Novarum, que defendia justas condições de vida profissional; o outro movimento foi a partir do Manifesto Comunista de Marx e Engels. Estes entendiam que a nova burguesia moderna, assumia um papel de classe opressora contra a classe dos trabalhadores, ou seja, o proletariado. O Manifesto Comunista critica o modo de produção capitalista e como a sociedade se organizou e estruturou a partir do capitalismo. Marx e Engels entendem que o operariado, ou seja, o trabalhador precisa organizar – se e estruturar – se na luta contra a opressão do patrão, entendendo o contexto histórico e social que o trabalhador está inserido.  Com o comunismo, ocorrerá a eliminação do poder de subjugar o trabalhador e sua produção, bem como acabar com qualquer possibilidade de opressão do poder público. Marx e Engels afirmam que só com a organização, estruturação e União dos trabalhadores poderão avançar para uma sociedade mais igualitária, sem opressão ao trabalhador e sem opressão do poder público. Por isso disseram no Manifesto Comunista “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”
            No Brasil, as relações de trabalho ao longo de sua história, mostrou grande precariedade. No período colonial até fins do século XIX a relação de trabalho era inexistente, permanecia o escravismo da raça negra em nosso país, onde eram realizadas as maiores arbitrariedades e atitudes racistas e desumanas. Com o processo de industrialização no Brasil, as relações de trabalho tiveram algumas situações sanadas, mais no corpo total a precariedade de trabalho permanecia. Eram vistas longas jornadas de trabalho de até 18 horas, não existia salário digno e decente, as condições de trabalho eram bastante insalubres entre outras situações. Este quadro no Brasil começa a mudar a partir do decreto lei nº 5.542, de 1º de maio de 1943 onde é instituída a CLT, Consolidação das Leis de Trabalho como forma de regular as relações de trabalho. Mais especificamente em seus artigos 487 a 491, no tocante ao aviso prévio regulamentou – se critérios para demissão sem justa causa. Caracteriza – se este período como o fim da era civilista do aviso prévio no Brasil. Com a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 7º, inciso XXI, o aviso prévio tornou – se status de garantia constitucional.
            Volta a tona então o debate à cerca do aviso prévio proporcional citado na carta magna de 88, mais ainda não regulamentada. Alguns países estão num debate mais avançado e outros já executam o aviso prévio proporcional, como mesmo orienta a convenção 158 e 166 de 1982 da Organização Internacional do Trabalho – OIT.  Em países como a Bélgica o aviso prévio é de 3 meses em 5 anos de trabalho e de até 15 meses para empregados com 20 anos de trabalho; Em Portugal, Itália, Alemanha, Espanha e Suíça o aviso prévio é por tempo de serviço e idade do trabalhador, variando de 3 a 6 meses; A República Checa utiliza o aviso prévio por idade; Existem também países que utilizam o aviso prévio a partir da qualificação do empregado (o trabalhador manual tem 1 mês de aviso prévio, enquanto o intelectual tem 3 meses de aviso prévio), é o caso da Bulgária e do Benin;
            No Brasil o aviso prévio atende ao mínimo de 30 dias trabalhado ou quando houver Convenção Coletiva de Trabalho, ocorra a livre negociação entre patrão e sindicato de trabalhadores. A proporcionalidade deve atender a necessidade expressa do trabalhador. A duração do aviso prévio deve ser em relação ao tempo de serviço e idade do empregado e que também sejam respeitadas algumas especificidades de trabalho no Brasil. A proporcionalidade tem que servir como proteção ao trabalhador, mais que também não interfira na busca de outro emprego, principalmente no caso dos horistas, como os professores do setor privado. Desta forma as demissões imotivadas vão sofrer grandes limitações, pois hoje as demissões ocorrem de forma arbitrária e com liberdade para o patronato realizar como quiser e quando quiser. Só nos primeiros 5 meses de 2011 no Brasil ocorreram 8,1 milhões de demissões, o que mostra uma total selvageria nas relações de trabalho. De certo com o aviso prévio proporcional este número diminuirá. A defesa pela ratificação da convenção 158 é bandeira de luta de todo trabalhador, isto gera automaticamente mais estabilidade de emprego, pois encarece a demissão do trabalhador com avisos prévios mais longos. Resta agora o STF elaborar os critérios dos cálculos e que estes venham a beneficiar o trabalhador.


Por Fábio Emmanuel
Professor de História
Diretor de Comunicação do SINPRO - PE

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Cientistas preveem a cura do envelhecimento para os próximos 150 anos!!!!

LONDRES (Reuters) - Se as previsões de Aubrey de Grey estiverem certas, a primeira pessoa a comemorar seu aniversário de 150 anos já nasceu. E a primeira pessoa a viver até os mil anos pode demorar menos de 20 anos para nascer.
Biomédico gerontologista e cientista-chefe de uma fundação dedicada a pesquisas da longevidade, De Grey calcula que, ainda durante a sua vida, os médicos poderão ter à mão todas as ferramentas necessárias para "curar" o envelhecimento -- extirpando as doenças decorrentes da idade e prolongando a vida indefinidamente.
"Eu diria que temos uma chance de 50 por cento de colocar o envelhecimento sob aquilo que eu chamaria de nível decisivo de controle médico dentro de mais ou menos 25 anos", disse De Grey numa entrevista antes de proferir uma palestra no Britain's Royal Institution, uma academia britânica de ciências.
"E por 'decisivo' quero dizer o mesmo tipo de controle médico que temos sobre a maioria das doenças infecciosas hoje", acrescentou.
De Grey antevê uma época em que as pessoas irão ao médico para uma "manutenção" regular, o que incluiria terapias genéticas, terapias com células-tronco, estimulação imunológica e várias outras técnicas avançadas.
Ele descreve o envelhecimento como o acúmulo de vários danos moleculares e celulares no organismo. "A ideia é adotar o que se poderia chamar de geriatria preventiva, em que você vai regularmente reparar o danos molecular e celular antes que ele chegue ao nível de abundância que é patogênico", explicou o cientista, cofundador da Fundação Sens (sigla de "Estratégias para a Senilitude Programada Desprezível"), com sede na Califórnia.
Não se sabe exatamente como a expectativa de vida vai se comportar no futuro, mas a tendência é clara. Atualmente, ela cresce aproximadamente três meses por ano, e especialistas preveem que haverá um milhão de pessoas centenárias no mundo até 2030.
Só no Japão já há mais de 44 mil centenários, e a pessoa mais longeva já registrada no mundo foi até os 122 anos.
Mas alguns pesquisadores argumentam que a epidemia de obesidade, espalhando-se agora dos países desenvolvidos para o mundo em desenvolvimento, poderá afetar a tendência de longevidade.
As ideias de De Grey podem parecer ambiciosas demais, mas em 2005 o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) ofereceu um prêmio de 20 mil dólares para qualquer biólogo molecular que provasse que as teorias da Fundação Sens são "tão erradas que nem são dignas de um debate bem informado". Ninguém levou a bolada.
O prêmio foi instituído depois que um grupo de nove cientistas influentes atacou as teorias de Grey, qualificando-as de "pseudociência". Os jurados concluíram que o rótulo não era justo, e argumentaram que o Sens "existe em um meio termo de ideias ainda não testadas que algumas pessoas podem considerar intrigantes, mas das quais outras estão livres para duvidar."

FONTE SITE UOL

Arqueólogos franceses fazem novas descobertas no complexo de Karnak em Luxor!!!!

Uma missão arqueológica francesa descobriu um muro, blocos de pedra com inscrições e uma porta no templo do deus Ptah no complexo de Karnak, em Luxor, no sul do Egito, anunciaram neste domingo autoridades locais.

O Ministério de Estado para as Antiguidades informou em comunicado que especialistas encontraram uma parede de pedra que cercava o templo do deus Ptah, que os egípcios relacionavam com a criação artística, as artes e a fertilidade.

O recinto de Ptah data do período Moderno (1550-1070 a.C.) e é um dos seis templos que formam o gigantesco complexo de Karnak em Luxor, o segundo lugar mais visitado do Egito depois das pirâmides de Gizé.

Entre as descobertas desta escavação se destaca uma série de blocos de pedras talhadas que fazia parte do templo de Ptah, mas que data do reinado de Tutmosis III (1490-1436 a.C.), o faraó que ordenou a construção do templo.

Durante as escavações que culminaram com a descoberta do muro, os arqueólogos encontraram também uma porta que foi construída durante o reinado do faraó Shabaka (712-698 a.C), da dinastia XXV, que ampliou e restaurou o templo quase mil anos depois que Tutmosis III tê-lo construído.

Os arqueólogos determinaram que a porta dava acesso a um quarto onde se conservavam joias, e nos muros desta sala pode ser vista uma imagem que ainda conserva as cores originais e mostra o faraó apresentando o sinal da justiça ao deus Amon Rá.

A missão francesa planeja restaurar as peças encontradas e está preparando a abertura deste templo ao público. O complexo de Karnak, junto com as ruínas do templo de Luxor e a necrópole de Tebas foram declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1979.

FONTE: SITE VIRGULA!!!!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Dostoiévski: Gente Pobre, de 1846, é relançado com nova tradução!!!!

1 de Julho de 2011 - 22h03

Um funcionário público de meia-idade e uma jovem costureira iniciam uma correspondência quase diária, intensa, urgente. O resultado, longe de ser uma saga romântica, é um livro de crítica social que inaugura a extensa e admirável obra de Fiódor Dostoiévski.

Por Christiane Marcondes

“Gente Pobre” foi publicado originalmente em 1846 e retrata com todas as tintas o cotidiano dos miseráveis moradores de São Petersburgo, inapelavelmente submetidos à humilhação dos burocratas, das dívidas e seus cobradores, dos agiotas e dos próprios pares.

Não há salvação, isso fica claro desde o início, no entanto, na desolação próxima do patético que o casal compartilha, surge uma cumplicidade libertadora, com espaço para a revelação de sonhos e pequenos afetos. Os dois se amparam, não vencem a pobreza e a distância, mas superam o sarcasmo e a desesperança que rondava aqueles tempos sombrios.

Dostoievski compõe assim, com apenas 25 anos, um protagonista tão consciente do seu estado de penúria que chega a sentir compaixão dos próprios pensamentos: Makar Aleksieievitch não fica devendo nada à galeria dos ilustres personagens que, num futuro breve, saltariam da imaginação do autor para as páginas de clássicos da literatura universal, como “Os irmãos Karamazov”, considerado pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud, a “maior obra da história”.

O influente crítico da época, Vassilión Bielínski, saúda o estreante nas letras russas como um novo Gógol ou um novo Pushkin, ao mesmo tempo, questiona a maturidade do escritor que consegue, apesar da pouca idade, elaborar um enredo tão denso: “Você compreende o que escreveu? Consegue abarcar (...) toda a terrível verdade que nos mostra? “

O crítico responde à própria pergunta e conclui que sim, que Dostoievski já conhecia a “verdade, revelada por seu dom artístico”. Pede: “Você veio ao mundo com esse talento, valorize-o devidamente, seja-lhe fiel e será um grande autor”.

Luís Avelima traduziu o livro, lançado em maio pela editora Letra Selvagem, diretamente do russo e dedicou-se ao trabalho com um prazer diletante. Conta que “chegou às lágrimas” ao se identificar com alguns personagens em cenas que lhe são familiares, cenas que, pontua o poeta e tradutor, são atualíssimas, podem ser presenciadas entre a população mais pobre de qualquer parte do planeta.

Avelima consegue manter intactas as emoções que o livro carrega, revivendo-as com um texto contundente e ao mesmo tempo generoso. A humanidade dos enamorados é ressaltada, bem como as dores que afligem a alma de quem não pode contar com o destino de sortes felizes muito menos com os semelhantes. São seres que não se rebelam contra o infortúnio, mas sobrevivem alimentados com uma coragem que pode crescer ao ponto de, um dia quem sabe, tornar-se forte o bastante para revolucionar o mundo.

"Gente Pobre"
Autor: Fiódor Dostoiévski
Tradução: Luís Avelima
Editora: Letra Selvagem, 2011

FONTE SITE VERMELHO!!!!
 

Paul Craig Roberts: Um mundo esmagado pela hipocrisia ocidental!!!!!!

1 de Julho de 2011 - 17h45

O Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu estão violando seus estatutos para salvar bancos privados franceses, alemães e holandeses. O FMI tem poderes só para fazer empréstimos relativos a balanças de pagamentos, mas está emprestando ao governo grego por razões orçamentárias proibidas a fim de que o governo grego possa pagar aos bancos.

Por Paul Craig Roberts

O BCE está proibido de salvar governos de países membros, mas faz isso de qualquer forma a fim de que os bancos possam ser pagos. O parlamento alemão aprovou o salvamento, o qual viola disposições o Tratado Europeu e da própria Lei Básica da Alemanha. O caso está no Tribunal Constitucional da Alemanha, fato não mencionado nos meios de comunicação e informação dos EUA e do mundo.

O presidente George W. Bush nomeou um imigrante, o qual não se impressionou com a Constituição dos EUA e nem com a separação de poderes, para o Departamento da Justiça (sic) a fim de alcançar a disposição de que o presidente tem "poderes unitários" que o elevam acima da lei estabelecida nos EUA, de tratados e do direito internacional. De acordo com decisões legais deste imigrante, o “executivo unitário” pode violar com impunidade o Foreign Intelligence Surveillance Act, o qual impede espionar americanos sem autorização obtida junto ao Tribunal FISA. O imigrante também dispôs que Bush podia violar com impunidade as leis estabelecidas dos EUA contra a tortura bem como as Convenções de Genebra. Por outras palavras, os “poderes unitários” ficcionais transformam o presidente num César.

Proteções constitucionais, tais como o habeas corpus, o qual proíbe o governo de reter pessoas indefinidamente sem apresentar acusações e provas num tribunal e que também proíbe o governo de recusar a pessoas detidas o devido processo legal e o acesso a um advogado, foram lançados pela janela pelo Departamento da Justiça (sic) dos EUA e os tribunais federais acompanharam quase tudo isto.

Tal como o fez o Congresso, “os representantes do povo”. O Congresso aprovou mesmo a Lei das Comissões de Tribunais Militares (Military Tribunals Commissions Act), em 2006, assinada pelo nazi da Casa Branca em 17 de Outubro.

Esta lei permite a qualquer um que se alegue ser um “combatente inimigo ilegal” ser sentenciado à morte com base em provas secretas e por “ouvir dizer” [NT] apresentadas no tribunal militar de imitação colocado fora do alcance de tribunais federais dos EUA. Os ensandecidos nazis no Congresso que apoiaram esta destruição total do direito anglo-americano mascaram-se como “patriotas na guerra contra o terrorismo”.

A lei designa qualquer acusado pelos EUA, sem apresentação de provas, como parte do Talibã, al-Qaeda ou “forças associadas”, de ser um “combatente inimigo ilegal”, o qual despe a pessoa da proteção da lei. Nem mesmo George Orwell poderia ter concebido tal formulação.

O Talibã é constituído por povos indígenas afegãos, os quais, antes da intervenção militar dos EUA, combatiam para unificar o país. Os Talibãs são islâmicos e o governo estadunidense tem outro governo islâmico, como aquele no Irã que resultou do fracasso da intervenção dos EUA nos assuntos internos do país. Os americanos da “liberdade e democracia” derrubaram um líder iraniano eleito e impuseram um tirano. As relações entre os dois países nunca se recuperaram da tirania que Washington impôs aos iranianos.

Washington opõe-se a qualquer governo cujos líderes não possam ser comprados para atuarem como seus fantoches. Eis porque o regime de George W. Bush invadiu o Afeganistão, porque Washington derrubou Saddam Hussein e porque quer derrubar a Líbia, a Síria e o Irã.

O primeiro presidente negro (ou meio branco) da América herdou a guerra afegã, a qual tem perdurado por mais tempo do que a II Guerra Mundial sem qualquer vitória à vista. Ao invés de cumprir suas promessas eleitorais e acaba com esta guerra inútil, Obama intensificou-a com um “incremento” (“surge”).

A guerra já vai em dez anos e o Talibã controla mais do país do que os EUA e seus fantoches da OTAN. Frustrados pelo seu fracasso, os americanos e seus fantoches da OTAN assassinam cada vez mais mulheres, crianças, aldeões idosos, polícias afegãos e trabalhadores ajudantes.

Um vídeo tomado por um helicóptero armado dos EUA, desviado para o WikiLeaks e então divulgado, mostra forças americanas, como se estivessem a brincar com video-games, assassinando civis, incluindo o homem da câmara de um importante serviço de notícias, como se estivessem passeando numa rua pacífica. Um pai com uma criança pequena, que parou para ajudar vítimas moribundas dos jogos de diversão dos soldados americanos, também foi explodido, assim como a criança. As vozes americanas no vídeo atribuem a culpa da morte da criança ao pai por trazer garotos à "zona de guerra". Não era zona de guerra, apenas uma tranquila rua civil com civis passeando.

O vídeo documenta crimes americanos contra a humanidade tão poderosamente quanto qualquer prova utilizada contra os nazis após a Segunda Guerra Mundial nos Julgamentos de Nuremberg.

Talvez o máximo de ilegalidade tenha sido atingido quando o regime Obama anunciou que tinha uma lista de cidadãos americanos que seriam assassinados sem o devido processo legal.

Alguém poderia pensar que se a lei ainda tem qualquer significado na civilização ocidental, George W. Bush, Dick Cheney, na verdade todo o regime Bush/Cheney, bem como Tony Blair e outros co-conspiradores de Bush, estariam perante o Tribunal Penal Internacional.

Mas foi para Kadafi que o Tribunal Penal Internacional emitiu mandatos de prisão. As potências ocidentais estão utilizando o Tribunal Penal Internacional, o qual se supõe que sirva a justiça, por razões de auto-interesse que são injustas.

Qual é o crime de Kadafi? O seu crime é que está tentando impedir a Líbia de ser derrubada por um levantamento armado no Leste do país apoiado pelos EUA, e talvez organizado, o qual está a ser usado para afastar a China dos seus investimentos em petróleo na Líbia oriental.

A Líbia é a primeira revolta armada na chamada “Primavera árabe”. Reportagens deixaram claro que não há nada de “democrático” nesta revolta.

O ocidente pressionou por uma resolução de interdição de voo através da sua organização fantoche, as Nações Unidas. A resolução era limitada à neutralização da força aérea de Kadafi. Contudo, Washington e seu fantoche francês, Sarkozy, rapidamente fizeram uma “interpretação expandida” da resolução da ONU e transformaram-na em autorização para se envolverem diretamente na guerra.

Líbia e seus campos de petróleo & gás

Kadafi tem resistido à rebelião armada contra o estado líbio, o que é a resposta normal de um governo a uma rebelião. Os EUA responderiam da mesma maneira, tal como o fariam o Reino Unido e a França. Mas ao tentar impedir o derrube do seu país e o seu país de se tornar outro estado fantoche americano, Kadafi foi indiciado. O Tribunal Criminal Internacional sabe que não pode indiciar perpetradores reais de crimes contra a humanidade – Bush, Blair, Obama e Sarkozy – mas o tribunal precisa de processos e aceita as vítimas que o ocidente quer demonizar.

Nos nossos tempos pós orwellianos, todos os que resistem ou mesmo criticam os EUA são criminosos. Exemplo: Washington considera Julian Assange e Bradley Manning como criminosos, porque disponibilizaram informação que revelava os crimes cometidos pelo governo de Washington. Qualquer um que simplesmente discorde de Washington é considerado uma “ameaça” e Obama pode ter tais “ameaças” assassinadas ou presas como “terrorista suspeito” ou como alguém “proporcionando ajuda e apoio a terroristas”. Conservadores e liberais americanos, que outrora apoiavam a Constituição dos EUA, são todos favoráveis à trituração da Constituição a fim de ficarem “a salvo de terroristas”. Eles aceitam mesmo tais intrusões como escaneamentos pornográficos (porno-scans) e apalpações sexuais a fim de estarem “seguros” nos voos em aviões.

Corte Suprema dos EUA

O colapso da lei é geral. A Corte Suprema dos EUA decidiu que é “liberdade de expressão” para a América ser dominada pelas corporações, não pela lei e certamente não pelo povo. Em 27 de Junho, essa mesma Corte Suprema avançou com o estado fascista que os seus “conservadores” estão criando ao decidir que o Arizona não pode financiar publicamente candidatos a eleições a fim de nivelar o campo de jogo, atualmente desequilibrado pelo dinheiro corporativo. A “conservadora” CorteSuprema dos EUA considera o financiamento público de candidatos como inconstitucional, mas não o financiamento da “liberdade de expressão” por parte de interesses nos negócios que compram o governo a fim de dominar o país. A Corte Suprema dos EUA tornou-se uma funcionária corporativa e legitima o domínio das corporações. Mussolini chamou a este domínio, imposto aos americanos pela Corte Suprema dos EUA, de fascismo.

A Corte Suprema também decidiu em 27 de Junho que a Califórnia violou a Constituição dos EUA ao proibir a venda de vídeo jogos violentos a crianças, apesar da evidência de que jogos violentos treinam os jovens para comportamentos violentos. Para a Corte Suprema está correto que soldados, cujas vidas estão em causa, serem proibidos, sob as penas da lei, de beber cerveja antes dos 21 anos, mas os idiotas da Corte apoiam convencer crianças a serem assassinos, desde que seja no interesse dos lucros corporativos, em nome da “liberdade de expressão”.

Espantoso, não é, que um tribunal tão preocupado com a “liberdade de expressão” não tenha protegido americanos que protestam contra a guerra não declaradas e prisões inconstitucionais, ou protegido manifestantes de serem atacados pela polícia ou arrebanhados em áreas cercadas distantes do objeto do protesto.

Quando se abre a segunda década do século 21, aqueles que se opõem à hegemonia estadunidense a ao mal que tresanda de Washington arriscam-se a serem declarados “terroristas”. Se forem cidadãos americanos, podem ser assassinados. Se forem líderes estrangeiros, seu país pode ser invadido. Quando capturados, podem ser executados, como Saddam Hussein, ou remetido para o Tribunal Criminal Internacional, como os desafortunados sérvios que tentaram defender seu país do desmantelamento por parte dos americanos.

E os acarneirados (sheeple) americanos pensam que têm “liberdade e democracia”.

Washington confia no medo para encobrir os seus crimes. Uma maioria de americanos agora teme e odeia muçulmanos, pessoas acerca das quais nada sabem exceto a propaganda racista que encoraja americanos a acreditar que há muçulmanos escondidos sob as suas camas a fim de assassiná-los no seu sono.

Os neocoservadores, naturalmente, são os alimentadores do medo. Quanto mais temerosos e acarneirados, mais procuram segurança na polícia do estado neocon e mais vista grossa fazem aos crimes de Washington na agressão aos muçulmanos.


Segurança uber alles. Isso tornou-se o lema de um povo americano outrora livre e independente, o qual já foi admirado, mas hoje é desprezado.

Nos EUA a ilegalidade agora está completa. Mulheres podem ter abortos, mas se derem à luz um bebê morto são presas por assassinato.

Os norte-americanos são um povo tão aterrorizado e abusado que uma mulher idosa com 95 anos morrendo de leucemia e viajando para uma última reunião com membros da família foi forçada a remover a sua fralda de adulto a fim passar na segurança do aeroporto. Só uma população totalmente acovardada permitiria tais abusos da dignidade humana.

Numa entrevista em 27 de Junho à National Public Radio, Ban Ki-moon, fantoche sul-coreano instalado como secretário-geral das Nações Unidas, foi incapaz de responder por que a ONU e os EUA toleravam a carnificina de civis desarmados no Barein, mas apoiavam a indiciação de Kadafi pelo Tribunal Criminal Internacional por defender a Líbia contra rebelião armada. Kadafi matou muito menos pessoas do que os EUA, o Reino Unidos ou os sauditas no Barein. Na verdade, a OTAN e os americanos mataram mais líbios do que Kadafi. A diferença é que os EUA têm uma base naval no Barein, mas não na Líbia.

Não resta nada do caráter americano. Só um povo que perdeu a sua alma podia tolerar o mal que tresanda de Washington.

[Nota do Tradutor] hearsay evidence: prova com base em informação que uma testemunha ouviu de outra ao invés de ser baseada no seu conhecimento pessoal (geralmente inadmissível num tribunal legal uma vez que não é prova direta).

Fonte: blog RedeCastorPhoto, via Resistir.Info