segunda-feira, 23 de agosto de 2010

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA!!!!

Há muito tempo se discute a importância da religião na sociedade tendo como base para sua consolidação, a fé. Analisar até que ponto esta importância é incondicional, passa a ser determinante na construção de sensos comuns, afirmando essencialmente que a fé resolve, ou seja, basta apenas acreditar que "Deus resolve". Precisa - se entender que a religião tem realmente sua função significante na sociedade, mas temos que nos conscientizar que necessitamos de limites, e quando estes limites não são postos, geramos a intolerância religiosa. Esta por sinal, foi responsável direto por artrocidades, massacres e guerras imensuráveis na história da humanidade. Claro que por muitas vezes, ou quase sempre, os líderes religiosos, que são formadores de opinião, influencia - sem estas atitudes, que fazem com que seus fiéis, por vezes, assumam posicionamentos cruéis e preconceituosos, achando que todo conceito é único.


Durante os últimos séculos, vários debates foram gerados à cerca da religião e sua intolerância. Muitos filósofos, físicos, teólogos, hiustoriadores...tem - se debruçado nesta temática para analisar as sociedades influenciadas pela religião de forma intolerante. Dentre muitos destes estudiosos, alguns merecem destaque como: Voltaire, Karl Marx, Gordon Childe, Nietzche, entre outros, sem esquecermos de Charles Darwin e sua teoria do "Evolucionismo". Todos tinham suas opiniões e seus conceitos sobre a intolerância religiosa. Na opinião de Voltaire ( 1694 - 1778), filósifo francês, " A crença é importante para a sociedade, mas a aceitação dos seu dogmas sem questionamentos lavam o homem ao fanatismo religioso, à babárie e à destruição". E realamente, o fanatismo a grandes atos de babárie humana. Podemos citar por exemplo, o massacre espanhol contra os povos pré- colombianos que eram proibidos de cultuarem e rituarem suas crenças. Acabaram por serem obrigados a se converterem ao cristianismo; a própria condenação de Joana D'arc a queimar na fogueira, por ter sido considerada bruxa, mostra a influência política na religião. Fica evidente então o interesse dos líderes religiosos em personificar o individualismo. De certo, neste período, a igreja católica eliminava, todos aqueles que tomassem posicionamentos contrários ameaçando assim, a autoridde da igreja católica. Assim, Voltaire acreditava que a razão e a fé poderiam caminhar juntas e as decisões religiosas não poderiam perpassar pelo fanatismo religioso. Voltaire falou "se o culto a Deus fosse tão necessário, ele teria dado a todos esse culto, como deu olhos, e boca para as pessoas.

As necessidades muitas vezes que os fiéis tem de justificar seus fracasssos com "Deus quis assim", comprova nitidamente a passividade e acomodação dos seguidores religiosos em esperar milagres e bençãos divinas e a crer que o sofrimento os levará ao dito "paraíso". Nietzche acreditava o contrário, para ele, “o homem tem força suficiente para superar as adversidades, tornando – se assim, um verdadeiro super – homem”. Esta dita fraqueza que o ser humano tem e por muitas vezes esplorada e apropriada pelos líderes religiosos, está evidenciada numa “fé cega”, numa crença irracional que leva a intolerância religiosa, cristalizando – se em perseguições e preconceitos, assim Nietzche expressou que “ a crença forte só prova a sua força, não a verdade daquilo que se crê”. Desta forma, não questionar a fé leva o homem a não pensar, como se fosse uma verdadeira droga que vicia e aliena, levando a perda da razão, por sinal, Karl Marx, filósofo alemão falou bem quando afirmou que a “religião é o ópio do povo”. Também afirmou que “estado e religião não podem caminhar juntos”. O estado deve ser laico e o povo poder escolher sua própria religião, embora acreditasse de forma convicta de que não deveria existir religião.

O fanatismo religioso acaba por ser um mal que destrói culturas e sociedades. As intolerâncias às religiões diversas são evidentes e não podemos caracterizar o catolicismo como única difundidoras destas idéias intolerantes. Observa – se também nas religiões protestantes, no hinduísmo, no islamismo...todas, de certa forma, contribuem para a massificação destas idéias. Os protestantes, talvez sejam o mais intolerantes, pois menosprezam e alguns até humilham as culturas afro e a própria igreja católica, por exemplo. Sobre a cultura africana, dizem que estes são adoradores do diabo; aos católicos, afirmam que não são difundidores das idéias de cristo. Certa vez, assistindo a um programa de TV onde tinha a participação de um pastor. Este questionado sobre a cultura africana, o mesmo afirmou que tinha de se respeitar a cultura afro e que os “batuques” são normais na África e não no Brasil e que aqui o protestantismo seria a religião de cada brasileiro legitima. Este pastor esqueceu que os africanos chegaram primeiro ao Brasil, e por sermos um país multi – étnico, os ritos africanos deveriam ser respeitados. A intolerância também fica evidente no hinduísmo e suas castas que não se misturam; no Islamismo, que transformou a djihad num movimento de puro fanatismo, para impor sua crença usando de formas nada convencionais como o suicídio para atos políticos visando chegar ao “paraíso”. O mais preocupante é que a mídia de uma certa forma vem influenciando toda esta situação. Hoje, as igrejas protestantes compram horários em emissoras de televisão para divulgarem suas crenças e massificarem cada vez mais a intolerância religiosa, como pudemos presenciar recentemente no embate político – religioso provocado pelas emissoras de TV: Rede Globo e Rede Record.

Podemos sim observar que a religião de uma forma geral deveria desempenhar um papel importante conscientizando a sociedade e dando condições para questionamentos que gerariam debates para construção de conceitos. Desta forma, pensando racionalmente, a religião fluirá de forma mais benéfica à sociedade, pois todos devem entender que a existe a “dose de verdade que cada um pode suportar”.