quarta-feira, 30 de março de 2011

Breve análise sobre o racismo!!!!!

    O grande Bertold Brecht dizia que nunca poderíamos perder a capacidade de nos indiguinarmos com as coisas. Hoje pela manhã estava eu a assistir mais um jogo da seleção brasileira, me deleitando com as peripécias do menino Neymar, quando de repente uma cena grotesca e de extrema falta de respeito com o ser humano me chamou atenção. Uma casca de banana foi atirada, acho que por torcedores ingleses, no campo. Um ao nefasto de puro racismo não contra um garoto, mais sim contra uma nação que é o Brasil.
    É inadmissível qualquer ato racista ou qualquer forma de preconceito. O que acaba acontecendo é que não se respeita as diferenças e isto devido a diversos fatores que permeiam os povos desde a origem da família, da propriedade e da religião. O ser humano, à medida que passou a desenvolver a idéia de propriedade, gerou conseqüentemente, as primeiras impressões do que seria o individualismo. O mais interessante é que cada macro ou micro estrutura elaborada, desenvolvida ou até mesmo idealizada contribuiu para que as discrepâncias aumentassem entre povos que com a idéia de família se sedentarizaram e começaram a originar os primeiros contingentes populacionais localizados, que com o tempo desenvolveram suas especificidades, suas características e sua própria cultura.
    Ao longo da história mundial, alguns fatos foram preponderantes para que os preconceitos sociais, étnicos e culturais ganhassem força. Os fatores econômicos, associados à religião talvez tenham sido o maior exemplo destes preconceitos. Para isto temos exemplos fundamentais como os romanos que tinham a vontade político econômico de dominar o mundo saqueando e destruindo as culturas e histórias de outros povos, os quais, por muitas vezes, escravizados e utilizados para divertimentos e alienação de seu próprio povo nas arenas de gladiadores; o fator Globalização, que pra muitos começou após a fixação do homem em territórios no período Neolítico e para outros começou com as grandes navegações, acabou por ser determinante para que a xenofobia e o preconceito crescessem, mesmo com toda interação cultural que ouve entre os povos. De fato a globalização pode ser colocada como uma das condições ao racismo, isto se atrelado as grandes navegações que tinham o objetivo de invadir e pilhar outros povos. À medida que os agentes das grandes navegações como Portugal e Espanha passaram a colonizar e a explorar as riquezas das nações do chamado novo mundo, começou também o processo de escravização de índios e principalmente negros. Estes sofreram as piores violências já cometidas contra uma etnia, que por muitas vezes eram vítimas da própria igreja católica que determinavam que a etnia negra não tinha alma. Óbvio que este preconceito passou de geração em geração permeando o imaginário popular gerando um conceito comum de se considerar o Negro como uma etnia inferior. No Brasil, este preconceito também advém do período de escravização e mesmo quando ocorreu a abolição da escravidão, esta, da forma como aconteceu prejudicou o Negro, já que não preparam para serem os trabalhadores assalariados, num mundo cada vez mais capitalista e industrializado, se preferiu a imigração principalmente dos italianos. Desta forma a etnia Negra foi mais uma vez marginalizada e sem perspectiva de futuro, de acesso aos direitos fundamentais e sem direito muitas vezes a vida. Toda esta discrepância chegou até o século XXI de forma forte e enraizada.
      Hoje no Brasil, e também no mundo, a discriminação racial encontrou - se no Neo – liberalismo e capitalismo, já que nas diversas estruturas sociais agem de forma discrepante. Observa – se que o negro não tem o mesmo acesso às estruturas sociais, não recebe os mesmos salários que outras etnias nas mesmas funções, não têm o mesmo acesso as universidades que outras etnias, entre outras situações. De certo, as políticas de inclusão desenvolvidas pelo governo Lula levaram a uma maior inserção dos afrodescendente as universidades, principalmente com o PROUNI, onde hoje registra – se um número de 921.695 afrodescendentes nas universidades – dados do Ministério da educação – mais é preciso saber que muito ainda tem de se fazer para diminuir esta discrepância na busca pela inclusão. O que realmente revolta é que nos dias ainda tenhamos atos racistas. Precisa – se cada vez mais repudiar e agir rigorosamente contra estas atitudes nefastas que permeiam os sentimentos da humanidade.
    
 Por Fábio Emmanuel
Professor de História
Diretor do SINPRO - PE
Coordenador da fração do Pc do B no SINPRO - PE

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