sábado, 5 de janeiro de 2013

"Ainda somos os mesmos", diz Luciano Siqueira sobre a relação com João Paulo!!!


Publicado em 05/01/2013, às 17h34

Bruna Serra

A parceria começou quando Luciano Siqueira exercia seu primeiro mandato de deputado estadual (1983-1986). João Paulo era sindicalista. Os dois se descobriram nos piquetes das fábricas. O comunista passou quase 20 anos sem disputar eleições. Exercia funções na direção do PCdoB. Foi seu “amigo-irmão” que o trouxe de volta às disputas.
“Voltei a participar de eleições por insistência do PT e de João Paulo, em 2000. Nós demoramos muito a aceitar o convite, porque não estava nos nossos planos uma disputa eleitoral”, rememora Siqueira. Em 2012 o PCdoB também demorou para dizer ao PT que a parceria seria desfeita. Os petistas perdiam ali o ex-parceiro seduzido pelo governador Eduardo Campos (PSB).
Em 2000, Siqueira defendia que o PSB ocupasse a vice de João Paulo. “Chegamos a especular, quem sabe, colocar uma figura como Ariano Suassuna. Era uma eleição difícil. Mas o PT insistia no meu nome”, diz. O caso, mais um vez, guarda semelhanças com 2012. Foram todos à direção nacional do PCdoB. “Me recordo que numa conversa com o então presidente do partido, João Amazonas, ele disse: ‘Vou te liberar. Você participa da campanha e depois ajuda a convencer o PT a apoiar Carlos Wilson no segundo turno’”, relembra.
Siqueira afirma que na campanha de 2012 conversou semanalmente com João Paulo, seu oponente na disputa. O comunista na chapa de Geraldo Julio (PSB) e o ex-prefeito na vice de Humberto Costa. “Quando ficamos sabendo que nos enfrentaríamos como vices, nos falamos por telefone e combinamos de manter contato. Nós conversamos durante toda a campanha. Não houve sequer uma rusga. Como eu acho que com Humberto também não”, pondera. Nos bastidores, o PT se ressente de ter perdido para o PSB um aliado antigo.
Quando deixou a PCR junto com João Paulo, em 2008, Siqueira queria mesmo ser o candidato a prefeito. “A raiz dessa proposta estava na percepção de que a escolha do companheiro João da Costa tinha um quê de traumática no PT e não convencera plenamente os aliados”, disse. Mas terminaram desistindo.
“Minha candidatura poderia dividir, porque uma parte do PT sinalizava que poderia me apoiar. O PTB de Armando havia com muita antecedência assumido um compromisso com João Paulo de apoiar o candidato que ele indicasse, mas um pedaço do PTB me apoiaria. Ao PSB jamais pedimos apoio porque não queríamos criar problemas entre Eduardo e o PT. Mas parte do PSB também queria nos apoiar. Que candidatura é essa que vai dividir quando o DNA do PCdoB sempre foi de unir? Refletimos e retiramos”, pontua, garantindo que os “amigos-irmãos” permanecem os mesmos depois da batalha sangrenta que foi a eleição de 2012

Jornal do Commercio

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